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Calculo Renal - Causas, Sintomas e Tratamento


O cálculo renal, popularmente conhecido como “pedra nos rins”, é uma doença ocasionada pelo acúmulo de cristais na urina, que se agregam ao longo do tempo, podendo acarretar sérios problemas, como dor abdominal, infecções e obstrução das vias urinárias. Em casos graves pode levar provocar a paralisação definitiva da função renal, condenando o paciente a necessidade de diálise ou transplante renal.

É considerada a nova epidemia mundial. Só no Brasil já atinge 15% da população. A pedra nos rins está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas como a hipertensão arterial, o diabetes, a síndrome metabólica, o infarto agudo do miocárdio e a insuficiência renal crônica.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o surgimento dos cálculos urinários são:

  • Hereditariedade: o indivíduo com história na família de cálculos apresenta uma probabilidade 2,5 vezes maior de adquirir a doença, em comparação com a população em geral.

  • Beber pouca água: a água é essencial para bom funcionamento das nossas células. A desidratação faz com que nosso organismo poupe líquidos, fazendo com que a urina fique concentrada de impurezas e cristais, que formarão futuramente as pedras. Pessoas que vivem em regiões quentes, ou que suem muito, estão dentro desse grupo de risco.

  • Dieta rica em proteínas, sódio (sal) ou açúcar: A correria do nosso dia-a-dia alterou os nossos hábitos alimentares. Passamos a consumir em maior quantidade produtos industrializados, como fast foods, biscoitos, refrigerantes, comidas de micro-ondas, etc. Esses alimentos, apesar saborosos, apresentam alto teor de gorduras, carboidratos e sódio, que provocam, além do ganho de peso, uma maior eliminação de cálcio pela urina, o que propicia o desenvolvimento dos cálculos. Pessoas com obesidade também possuem, por si só, maior risco de apresentar pedras nos rins.

  • Doenças do trato digestivo: inflamações do sistema gastrointestinal, diarreias crônicas e cirurgias como o bypass gástrico (cirurgia bariátrica de redução do estômago), podem afetar a absorção de cálcio e água, provocando o aumento da concentração de substâncias formadores de cálculos no organismo.

  • Algumas doenças metabólicas e endócrina e reumatológicas, como lesões renais tubulares, cistinúria, hiperparatireoidismo, gota, etc.

Tipos de Cálculo

Os cálculos são classificados basicamente de acordo com a sua composição em 4 grupos: oxalato de cálcio, estruvita, ácido úrico e cistina. Os cálculos de oxalato de cálcio são os mais comuns, presentes em 85 a 90% dos casos, sendo mais comuns em homens.

Por sua vez os de estruvita acometem em maior número as mulheres e estão diretamente associados a infecções urinárias de repetição. Essas pedras podem crescer muito e bloquear o rim, o ureter ou a bexiga. Quando isso acontece costumam ser denominados de cálculos coraliformes, haja vista que a aparência se assemelha aos corais encontrados em águas tropicais.

Os cálculos de ácido úrico representam de 3 a 5% dos casos. Ocorrem pela grande excreção de uratos na urina. Podem surgir naqueles pacientes com dietas ricas em proteínas, doenças reumatológicas e metabólicas, como a gota, etc. Esse tipo de cálculo costumam ser radiotransparentes, ou seja, podem passar despercebidos durante a realização de radiografias, sendo necessários exames mais elaborados para se firmar o diagnóstico.

Por fim os cálculos de cistina são raros. Costumam surgir em pessoas com cistinúria, uma doença metabólica hereditária.

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas mais comuns da doença são:

  • Dor abdominal: Os cálculos renais, quando pequenos, costumam não causar dor, sendo descobertos de forma incidental durante exames de rotina. No entanto, a descida dos mesmos através do ureter, provoca a dilatação do sistema urinário e o surgimento das crises de cólica. A dor costuma ser intensa, descrita como a pior já sentida pelo paciente, geralmente associada com náuseas e vômitos e pode se irradiar para o abdome, bolsa escrotal e vagina.

  • Urina com sangue, avermelhada, amarronzada e/ou com mal cheiro.

  • Necessidade persistente de urinar, levando a pessoa ao banheiro muitas vezes ao dia

  • Febre e calafrios, em caso de infecção urinárias associadas

Diagnóstico

O melhor exame para o diagnóstico dos cálculos urinários é a tomografia simples de abdome total, com acurácia próxima de 100%. A ultrassonografia, apesar de não ter a mesma precisão, também oferece informações preciosas que podem auxiliar o médico na triagem dos casos suspeitos e de maior gravidade.

Tratamento

O tratamento é bastante diversificado. Vai depender sobretudo da quantidade, tamanho e localização dos cálculos. Pedras pequenas, com até 5 milímetros de diâmetro, costumam ser eliminadas espontaneamente pelo organismo, sem a necessidade de remoção. A hidratação e a utilização de analgésicos para dor podem auxiliar no processo de expulsão.

Nos casos de cálculos maiores, que não conseguem ser expelidos, e que causam dores e sangramento, a intervenção cirúrgica pode se fazer necessária. Opta-se de preferência pelas técnicas minimamente invasivas, que trazem menor agressão aos pacientes, permitindo uma recuperação mais rápida. Alguns exemplos são:

  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque: esse tipo de tratamento consiste na criação de fortes vibrações para quebrar as pedras e facilitar a excreção.

  • Nefrolitotripsia Percutânea: consiste na retirada cirúrgica de pedras maiores por meio de um pequeno corte feito nas costas do paciente.

  • Ureterolitotripsia Flexível a Laser: o médico, através da introdução de um aparelho de endoscopia muito fino, pela uretra, consegue atingir até os rins e fragmentar todos os cálculos utilizando uma fibra de laser. O paciente é operado sem apresentar nenhum corte. Essa tecnologia é considerada a mais moderna da atualidade e vem ganhando cada vez mais espaço no tratamento de cálculos volumosos, que antes necessitavam grandes incisões cirúrgicas no abdome.

Prognóstico

Normalmente a recuperação pós-operatória costuma ser muito boa, com o paciente retomando às suas atividades poucos dias depois da cirurgia. No entanto é recomendado que, após o tratamento, o paciente realize uma investigação metabólica. Consiste na realização de uma série de exames de sangue e urina, com o intuito de verificar se o paciente apresenta alguma tendência, em seu próprio organismo, que facilite o desenvolvimento das pedras.

Infelizmente os cálculos tendem a reaparecer ao longo do tempo, especialmente se a causa não for encontrada e tratada. Os pacientes que já tiveram cálculos renais têm chance de até 80% de voltar a sofrer com a doença no futuro. Daí a importância de seguir as orientações e fazer o acompanhamento de controle com o médico especialista.

Prevenção

As principais medidas preventivas para evitar o desenvolvimento dos cálculos incluem a ingestão mínima de 2 a 3 litros de água diariamente, além da restrição de sal e proteínas na dieta. Alimentos industrializados como biscoitos, refrigerantes, macarrão instantâneo e outros "produtos de microondas" apresentam elevado teor de sódio em sua constituição, devendo ser evitados. O uso abusivo de leite, carne e queijos também deve ser desencorajado pelo elevado aporte proteico.

O uso de sucos naturais, principalmente de frutas cítricas, como laranja, limão, abacaxi e acerola é uma excelente pedida. Essas frutas aumentam a quantidade de citrato em nosso organismo, que funciona como um importante inibidor da agregação dos cristais que formam as pedras.

Buscando ajuda médica

Consulte um especialista assim que manifestar os primeiros sintomas de cálculo renal. Fique atento a alguns sinais, como dor ao urinar, a cor e o volume da urina.

Na consulta, descreva tudo que esteja sentindo. Aproveite para tirar todas as suas dúvidas. É importante sair do consultório médico com todas as perguntas esclarecidas pelo especialista.

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