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Vasectomia – Verdades e Mitos


Na sociedade moderna em que vivemos, onde está cada vez mais difícil criar e educar as crianças, as discussões que envolvem o Planejamento Familiar são gradativamente mais comuns entre os casais; porém, na hora de decidir quem será submetido à esterilização, surgem as dúvidas, os medos e, frequentemente, os conflitos conjugais.

Dentre os métodos contraceptivos, ou seja, com o intuito de evitar a fecundação, a vasectomia surge como uma opção atrativa por ser relativamente simples e eficaz.

A vasectomia é o procedimento cirúrgico mais realizado pelos Urologistas Norte-Americanos. Estima-se que, nos Estados Unidos, aproximadamente 600 mil homens são vasectomizados por ano.

Apesar do número crescente de cirurgias esterilizadoras masculinas, no Brasil, muitos homens ainda encaram a vasectomia com certo preconceito – algo como um “tabu” a ser quebrado; em parte devido à vasta quantidade de mitos e lendas que foram criadas em torno dessa operação.

A procura dos Consultórios Urológicos, por parte dos pacientes, em busca de esclarecimentos sobre essa cirurgia é bastante habitual. Destarte, com o propósito de instruir o público leigo e desmitificar a cirurgia, abordaremos abaixo as curiosidades mais corriqueiras sobre o tema.

Qualquer homem pode realizar a vasectomia?

O perfil ideal são homens que já desfrutam de uma família constituída e não pretendem mais ter filhos. Conforme a Lei Nº 9.263/1996, que regulamenta o Planejamento Familiar no Brasil, a vasectomia é permitida em homens, maiores de 25 anos de idade, OU, com pelo menos dois filhos vivos.

Para a realização da cirurgia é indispensável a assinatura de um Termo de Consentimento – um documento legal que explica todos os detalhes relativos ao procedimento, assim como todas as possíveis complicações. Aqueles indivíduos casados devem apresentar, também, o consentimento formal da esposa, autorizando a operação.

A vasectomia pode ser considerada uma opção melhor que a ligadura das trompas?

Pode-se dizer que sim. Costuma ser um procedimento simples e seguro, principalmente quando comparado à ligadura tubária nas mulheres. A vasectomia é considerada uma técnica minimamente invasiva, efetuada com anestesia local. Os pacientes costumam sair da sala de operação andando, sem dor, com retorno imediato às suas atividades habituais, inclusive as que demandam esforço físico. A cirurgia consiste, basicamente, na secção e ligadura dos ductos deferentes, responsáveis pelo transporte dos espermatozoides do testículo até o pênis.

A cirurgia é considerada de grande risco?

Não. Conforme dito anteriormente, a operação é considerada de pequeno porte, realizado com bloqueio anestésico local e com poucos riscos de complicações graves. As taxas de complicações variam de 1 – 2%, sendo mais comum a formação de pequenos hematomas e a infecção da ferida operatória.

No entanto, é importante frisar que intercorrências sérias podem ocorrer em qualquer cirurgia e, deste modo, preconiza-se que a vasectomia seja feita por um profissional experiente e gabaritado, num ambiente hospitalar que propicie segurança e infraestrutura adequadas.

A vasectomia é irreversível?

Não. Apesar de o objetivo ser a contracepção permanente, a vasectomia pode ser revertida. O procedimento é conhecido como vasovasostomia.

Calcula-se que cerca de 5% dos homens que realizaram a cirurgia esterilizadora retornam em busca da reversão. Os principais fatores que levam a essa atitude são os novos relacionamentos após divórcios, a morte de um filho, a melhora financeira, dentre outros.

As taxas de sucesso da vasovasostomia são muito variáveis e sua eficácia depende de diversos fatores, especialmente do tempo decorrido entre a vasectomia e a reversão. Sugere-se que a cirurgia de recanalização seja executada antes que se completem dez anos da vasectomia.

A vasectomia interfere na “potência sexual”?

Um grande mito. A vasectomia não afeta os nervos e, muito menos, as artérias responsáveis pela ereção. Essa operação não interfere, em hipótese alguma, na ereção e no desempenho sexual dos pacientes. A única alteração será a saída de um liquido seminal (sêmen) livre de espermatozoides.

Os homens vasectomizados perdem o “desejo sexual”?

Outro dos principais mitos relacionados à vasectomia. São frequentes as falácias sobre a perda da “masculinidade” e diminuição da libido nos homens submetidos a esse tratamento. Uma inverdade.

A vasectomia reduz significativamente o volume do sêmen?

Não. É importante frisar que grande parte do liquido seminal ejaculado é produzido nas vesículas seminais e não dos ductos deferentes. A secreção que contém os espermatozoides corresponde apenas a 3 - 10% do volume do sêmen; ou seja, praticamente não haverá mudanças na quantidade de líquido ejaculado.

Após a vasectomia, os espermatozoides continuam sendo produzidos?

Sim. Os espermatozoides serão fabricados normalmente pelos testículos, seguindo o curso do canal deferente, até alcançar o bloqueio imposto pela cirurgia. Eles permanecem nesse local, tornam-se um tecido morto e são reabsorvidos pelo organismo. É possível engravidar a parceira após a operação?

Verdade. Mesmo após a cirurgia o risco existe, principalmente nas primeiras semanas do pós-operatório. Segundo o Consenso da Associação Americana de Urologia (AUA), o risco de gravidez após a vasectomia gira em torno de 1 para cada 2.000 cirurgias.

É uma recomendação da AUA que todos os pacientes vasectomizados realizem um espermograma - análise laboratorial do sêmen - após 6 a 8 semanas do procedimento, para constatar a ausência de espermatozoides. Somente então a interrupção dos métodos contraceptivos estaria autorizada.

Vasectomia é sinônimo de castração?

De maneira alguma! A castração corresponde à retirada dos testículos. É um procedimento essencial em alguns casos de câncer de próstata avançados, para controle da doença. Não tem relação nenhuma com a vasectomia.

A cirurgia modifica, mutila, ou prejudica o pênis?

Outro boato sem fundamento. A operação é realizada na bolsa testicular. Não há o envolvimento do pênis. A vasectomia também não proporciona dores durante o sexo e, tampouco, provoca o encurtamento, ou outra modificação, da genitália masculina.

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